Mudanças climáticas, mudanças antropológicas
DOI:
https://doi.org/10.4000/12yx0Palavras-chave:
Modernidade, Transformações, Resiliência, DesigualdadeResumo
A forma como as ciências modernas chamadas “da natureza” operam possui uma contradição estrutural importante. Quem pesquisa algo no mundo busca isolar a coisa estudada, para entender como ela se comporta ou como funciona, assumindo que o resto do mundo permanece constante. Ao mesmo tempo, o capitalismo moderno, irmão gêmeo da ciência, faz com que nada fique estável por muito tempo, como famosamente afirmou Marx, parafraseando Shakespeare: “tudo que é solido se desmancha no ar”. Marx se referia, principalmente, à ordem social e econômica. Até recentemente, ambas as coisas eram entendidas como elementos distintos da realidade: as ciências da natureza versam sobre o mundo material, enquanto Marx falava sobre construções sociais. Ocorre que, na atual fase do capitalismo industrial, o que se desmancha é muito mais do que os arranjos sociais e econômicos. É a própria solidez física das coisas; muitas vezes, não apenas no ar, mas pelo ar.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Renzo Taddei

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode.en
Creative Commons - Atribución- 4.0 Internacional - CC BY 4.0
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode.en