Passado presente: racismo e capitalismo na particularidade da formação social brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v27i56.46522

Palavras-chave:

Colonialismo, Racismo, Escravismo, Capitalismo

Resumo

O artigo objetiva refletir sobre a particularidade da formação social brasileira, destacando o colonialismo como marco principal da gênese, da combinação e do desenvolvimento do racismo, de modo a evidenciar sua confluência com a emergência do capitalismo no Brasil. Aborda a questão da terra e do trabalho, a partir de condições historicamente determinadas por relações coloniais, racistas e subordinadas, o que levou à formação de um modelo de capitalismo caracterizado pela dependência e subordinação aos centros hegemônicos e imperialistas. O texto está fundamentado no método em Marx. Mediante pesquisa bibliográfica e referenciada nos fundamentos marxistas e marxianos, verifica-se a propriedade latifundiária como um dos fatores que explicitam a situação dos povos tradicionais, quilombolas e indígenas na sociedade brasileira, vivenciada por relações de expropriação, exploração e opressão, instituídas desde a colonização. Os rebatimentos correspondem a desigualdades e violências presentes na divisão social do trabalho, nos conflitos e nas disputas pela terra.

Biografia do Autor

  • Sandra Vaz, UFF

    Professora da Universidade Federal Fluminense, UFF, Niterói. Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Questão Racial e Serviço Social (GEPEQSS) na UFF. Doutoranda em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

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Publicado

16-12-2024

Edição

Seção

Artigos de Temas Livres

Como Citar

Passado presente: racismo e capitalismo na particularidade da formação social brasileira. SER Social, Brasília, v. 27, n. 56, 2024. DOI: 10.26512/ser_social.v27i56.46522. Disponível em: https://periodicostestes.bce.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/46522. Acesso em: 22 fev. 2025.

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