Passado presente: racismo e capitalismo na particularidade da formação social brasileira
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v27i56.46522Palavras-chave:
Colonialismo, Racismo, Escravismo, CapitalismoResumo
O artigo objetiva refletir sobre a particularidade da formação social brasileira, destacando o colonialismo como marco principal da gênese, da combinação e do desenvolvimento do racismo, de modo a evidenciar sua confluência com a emergência do capitalismo no Brasil. Aborda a questão da terra e do trabalho, a partir de condições historicamente determinadas por relações coloniais, racistas e subordinadas, o que levou à formação de um modelo de capitalismo caracterizado pela dependência e subordinação aos centros hegemônicos e imperialistas. O texto está fundamentado no método em Marx. Mediante pesquisa bibliográfica e referenciada nos fundamentos marxistas e marxianos, verifica-se a propriedade latifundiária como um dos fatores que explicitam a situação dos povos tradicionais, quilombolas e indígenas na sociedade brasileira, vivenciada por relações de expropriação, exploração e opressão, instituídas desde a colonização. Os rebatimentos correspondem a desigualdades e violências presentes na divisão social do trabalho, nos conflitos e nas disputas pela terra.
Referências
BRASIL. Lei nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2017. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Diário Oficial da União. Disponível em: . Acesso em: abr. 2024.
BRASIL DE FATO. “43% da nova ‘lista suja’ do trabalho escravo é do agronegócio”. São Paulo, 12 abr. 2018. Disponível em: . Acesso em: dez. 2022.
CHASIN, José. O integralismo de Plínio Salgado: forma de regressividade no capitalismo hipertardio. São Paulo: Livraria e Editora Ciências Humanas, 1999.
FANON, Frantz. Os condenados da Terra. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
FAUSTINO, Deivison Mendes. “Por que Fanon? Por que agora?”: Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil (2015). Tese (Doutorado em Sociologia), Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, São Carlos. G1 (portal). “Gente do campo: descubra quais são os 28 povos e comunidades tradicionais do Brasil”. 29 jan. 2022. Disponível em: . Acesso em: abr. 2024.
GUIMARÃES, Antônio S. A. “A questão racial na política brasileira (os últimos quinze anos)”. Revista Tempo Social, v. 13, nº 2, p. 121- 142, novembro de 2001.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Carta de Conjuntura, nº 55, 2º trim. 2022. Disponível em: . Acesso em: dez. 2022.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LUCE, Mathias Seibel. Teoria marxista da dependência: problemas e categorias – uma visão histórica. 1ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital.
ENDERLE, Rubens (trad.). São Paulo: Boitempo, 2013 [1890].
_________. Manuscritos econômico-filosóficos. RANIERI, Jesus (trad.). São Paulo: Boitempo, 2010 [1844].
_________. Contribuição à crítica da economia política. 2ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008 [1859].
_________. O Capital. Livro terceiro, tomo 2, vol. V. São Paulo: Nova Cultural, 1988 [1885]. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. COGGIOLA, Osvaldo (org.). PINA, Álvaro; JINKINGS, Ivana (trad.). São Paulo: Boitempo, 2010 [1848].
_________. A ideologia alemã. PINA, Álvaro (trad.). São Paulo: Expressão Popular, 2009 [1932].MAZZEO, Antônio Carlos. Estado e burguesia no Brasil: origens da autocracia burguesa. 3ª ed. São Paulo: Boitempo, 2015. MOURA, Clóvis. Dialética radical do Brasil negro. 2ª ed. São Paulo: Editora Anita Garibaldi, 2014a.
_____________. Rebeliões da senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. 5ª ed. São Paulo: Anita Garibaldi, coedição com Fundação Maurício Grabois, 2014b.
___________. O racismo como arma ideológica de dominação. Revista Princípios, São Paulo, nº 34, p. 28-38, 1994.
___________. Escravismo, colonialismo, imperialismo e racismo. Revista Afro-Ásia, nº 14, p. 124-137, 1983. Disponível em: . Acesso em: dez. 2022.
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2010. ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2006.
OXFAM BRASIL. “Fome avança no Brasil em 2022 e atinge 33,1 milhões de pessoas”. Disponível em: . Acesso em: dez. 2022.
REDE BRASILEIRA DE PESQUISA EM SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR (PENSSAN). II VIGISAN: Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Relatório final, 2022. São Paulo, 8 jun. 2022. Disponível em: . Acesso em: set. 2024.
SCHWARCZ, Lília Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade brasileira. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
SILVA, Sandra R. V.; FAGUNDES, Gustavo. “Clóvis Moura e a questão social no Brasil”. Revista Katálysis, v. 25, nº 2, p. 222- 231, mai./ago., 2022. Disponível em: . Acesso em: dez. 2022.
SOUZA, Cristiane Luíza Sabino de. Racismo e luta de classes na América Latina: as veias abertas do capitalismo dependente. São Paulo: Hucitec, 2020.
TRASPADINI, Roberta; BUENO, Fábio Marvulle. Lênin e a interpretação do imperialismo nos séculos XX e XXI. Revista Rebela, v. 4, nº 2, p. 186-204, mai./ago., 2014. Disponível em: . Acesso em: dez. 2022.
WILLIAMS, Eric. Capitalismo e escravidão. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 SER Social

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma https://creativecommons.
Copyright: Os autores serão responsáveis por obter o copyright do material incluído no artigo, quando necessário.
Excepcionalmente serão aceitos trabalhos já publicados (seja em versão impressa, seja virtual), desde que devidamente acompanhados da autorização escrita e assinada pelo autor e pelo Editor Chefe do veículo no qual o trabalho tenha sido originalmente publicado.