Agricultura Familiar e Supermercados: lições do ambiente institucional na Bahia
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20254001e52612Palabras clave:
Ambiente institucional, supermercados, Agricultura familiarResumen
O objetivo deste artigo é analisar as mudanças institucionais ocorridas no estado da Bahia entre 2011 e 2021, a partir da experiência de inserção dos produtos da Coopercuc no mercado supermercadista. A coleta e análise de dados qualitativos incluíram pesquisa bibliográfica sobre as interações entre o varejo e agricultores familiares, pesquisa documental sobre as políticas públicas da Bahia, além da realização de nove entrevistas semiestruturadas com dirigentes da Coopercuc, focadas no impacto dessas mudanças. O caso baiano demonstra que, em ambientes institucionais favoráveis à agricultura familiar, as relações comerciais com varejistas de médio e pequeno porte, como exemplificado pela experiência da Coopercuc, podem ser mais vantajosas do que aquelas estabelecidas com grandes redes varejistas. Nessas interações, além do preço e da qualidade dos alimentos, a reputação e o prestígio dos fornecedores são fatores relevantes, pois contribuem para a redução de riscos e incertezas associados à parceria.Referencias
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