Reflexões sobre adolescências e a complexidade das comunidades de afeto no processo socioeducativo
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202035010005Palavras-chave:
clínica social, adolescências, sistema socioeducativo, Sociologia clínicaResumo
Este artigo, cujo campo teórico é o da sociologia clínica e da psicossociologia, tem por propósito discutir brevemente as adolescências brasileiras, enfatizando aquela que é mais fragilizada e que pode ser incluída no sistema socioeducativo. Neste ponto, faz uma inflexão para discorrer sobre este sistema. Sugere que as intervenções institucionais considerem a perspectiva clínica e define a compreensão que as disciplinas que orientam o artigo atribuem a implicação e a escuta na formulação de suas ações. Explicita como a clínica social pode contribuir, através da ação dos profissionais, junto aos jovens que estão inseridos no sistema socioeducativo. Por fim, cita o interesse da instituição Justiça em contar com as comunidades de afeto, definidas em uma perspectiva complexa e aponta a importância de pensar e de agir em rede, de forma implicada e atenta à clínica, para poder restituir ao adolescente um lugar de sujeito de direito.
Referências
XII ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2018. Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/publicacoes/anuario-brasileiro-de-seguranca-publica-2018/>. Acesso em: 20 Ago. 2019. [ Links ]
AMADO, G. Implicação. In: BARUS-MICHEL, J.; ENRIQUEZ, E.; LEVY, A. (Orgs.). Dicionário de psicossociologia, p. 367-374. Portugal: Editora Climepsi. 2013. [ Links ]
ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar, 1978 [ Links ]
AULAGNIER, P. La violence de l’interprétation. Paris: Presses Universitaires de France, 1978. [ Links ]
BARUS-MICHEL, J. Souffrance. Sens et croyance, Paris: Éditions Érès, 2004. [ Links ]
CARRETEIRO, T. C. O. C. Adolescências nas malhas do tráfico. In: AMPARO, D.; ALMEIDA, S.; BRASIL, K.; GANDOLFO, M.; MARTY, F. (Orgs.). Adolescência e violência: intervenções clínicas, psicossociais e educativas, p. 110-119. Brasília: Editora UnB, 2012. [ Links ]
_____. Famílias confrontadas com o trabalho futuro dos filhos - um projeto de pesquisa. In: FERES- CARNEIRO, T. (Org.). Família e casal: saúde, trabalho e modos de vinculação, p. 181-201. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007. [ Links ]
CARRETEIRO, T. C. O. C.; UDE, W. Juventude e virilidade: a construção social do etos guerreiro. Revista Pulsional de Psicanálise, v. 191, p. 63-73. São Paulo: Escuta, 2007. [ Links ]
CASTEL, R. Les métamorphoses de la question sociale. Paris: Fayard, 1995. [ Links ]
CASTORIADIS, C. Le monde morcelé. Paris: Les Éditions du Seuil, 1997. [ Links ]
_____. Instituição imaginária da sociedade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. [ Links ]
COSTA, L. F; PENSO, M. A.; SUDBRACK, M. F. O.; JACOBINA, O. M. P. Adolescente em conflito com a lei: o relatório psicossocial como ferramenta para promoção do desenvolvimento. Psicologia em Estudo, v. 16 n. 3, Maringá, Jul./Set. 2011 [ Links ]
DEJOURS, C. A loucura no trabalho. São Paulo: Cortez, 1989. [ Links ]
DURKHEIM, E. Les règles de la méthode sociologique. Paris: Presses Universitaires de France, 2013 [1895]. [ Links ]
_____. As regras do método sociológico. São Paulo: Martins fontes, 2007. [ Links ]
ENRIQUEZ, E. Instituições, poder e “desconhecimento” In: ARAÚJO, J. N. G.; CARRETEIRO, T. C. (Orgs.). Cenários sociais e abordagem clínica, p. 49-74. São Paulo; Belo Horizonte: Escuta; Fumec, 2001. [ Links ]
_____. A organização em análise. Petrópolis (RJ): Vozes,1994. [ Links ]
_____. L’approche clinique: genèse et développement en France et en Europe de l’Ouest. In. DE GOULEJAC, V. ; ROY S. (org). Sociologies cliniques, p. 19-35. Marseille: Hommes et perspectives, 1993a. [ Links ]
_____. L’analyse clinique dans les sciences humaines. In: ENRIQUEZ, E.; HOULE, G; RHEAUME, J; SEVIGNY, R. (Orgs.). L’analyse clinique dans les sciences humaines, p. 181-195. Montreal: Éditions Saint-Martin, 1993b. [ Links ]
GAULEJAC, V. de. Épistémologie de l’ intervention socioclinique. In: VENDEVELDE-ROUGALE, A. ; FURGIER P. Dictionnaire de sociologie clinique, p. 252-256. Paris: Éditions Érès, 2019. [ Links ]
_____. La societé malade de la gestion: idéologie gestionnaire, pouvoir managériel et harcelement social. Paris: Les Éditions du Seuil, 2005. [ Links ]
GAULEJAC, V. ; TABOADA, I. La Lutte des places. Paris: Hommes et Perspectives, 1994. [ Links ]
GUTTON, P. Parentalité. Revue Adolescence, v. 24, n. 1, p. 9-32, 2006. [ Links ]
HONNETH, A. La lutte pour la reconnaissance. Paris: Éditions du Cerf, 2000. [ Links ]
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J.B. L. Vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2000. [ Links ]
LHUILIER, D. Cliniques du travail. Paris: Éditions Érès, 2006. [ Links ]
PAIVA, R. A comunidade do afeto. Revista Matrizes, v. 6, p. 63-75, São Paulo, ECA/USP, 2012. [ Links ]
PEREIRA DE ANDRADE, A.; AMARAL MACHADO, B. Justiça juvenil: paradigmas e experiências comparadas. Brasília: Fundação Escola Superior Marcial Pons, 2017. [ Links ]
YZAGUIRRE, F.; CASTILLO MENDOZA, C. A. La perspectiva de la sociología clínica: una sociología de proximidad orientada al sujeto. In: “Crisis y cambio: propuestas desde la sociología”. Actas Del XI Congreso Español de Sociología, p. 832-840, 2013. [ Links ]