O Marco Regulatório dos cursos de graduação a distância no Brasil
uma análise sob a ótica da Teoria da Regulação Responsiva
Palavras-chave:
Educação. Ensino Superior. Educação a distância. Regulação Responsiva. Marco regulatório.Resumo
[Propósito] O presente artigo tem como objetivo analisar à luz dos conceitos da Teoria da Regulação Responsiva o marco regulatório do ensino a distância (EaD). Logo, analisam-se as principais semelhanças e diferenças entre os marcos regulatórios do EaD, assim como as principais ausências identificadas no que diz respeito à modelagem regulatória responsiva.
[Metodologia/abordagem/design] A partir da ótica da Teoria da Regulação Responsiva, observam-se as principais modificações propostas pelo novo marco regulatório do ensino a distância, de modo a comparar a modelagem regulatória adotada no âmbito do Decreto nº 9.057/2017 – atual marco regulatório do EaD -, e no âmbito da proposta de novo marco regulatório para o EaD.
[Resultados] O novo marco regulatório do EaD se diferencia do marco regulatório atual – 2017 – ao impor novos critérios específicos para a oferta de cursos de graduação EaD. Ambos se assemelham do ponto de vista regulatório por adotarem técnicas regulatórias pautadas na lógica de comando e controle e na lógica de incentivos extrínsecos. Quanto à Teoria da Regulação Responsiva, verifica-se que o novo marco regulatório não adota sua modelagem ou mesmo técnicas nela baseadas.
[Originalidade/relevância do texto] O artigo trata de temática de grande impacto para as instituições de ensino superior privadas brasileiras, uma vez que estas possuem 95,8% das matrículas do ensino a distância no país. Portanto, análise que versa sobre a recente modificação do marco regulatório dos cursos de graduação na modalidade de ensino a distância é importante para a prática do setor educacional.
Referências
ARANHA, M. I. Manual de Direito Regulatório: Fundamentos de Direito Regulatório. 9ª. ed. Londres: Laccademia Publishing, 2024.
ARANHA, M. I.; LOPES, D. A. O. Estudo sobre Teorias Jurídicas da Regulação apoiadas em incentivos. Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações - FD/UnB. Brasília, p. 294. 2019.
ARRUDA, E. P. Políticas públicas em EaD no Brasil: marcas da técnica e lacunas educacionais. Inclusão Social, v. 10, n. 1, 2018. 105-118. Disponivel em: <https://revista.ibict.br/inclusao/article/view/4175>.
ARRUDA, E. P.; ARRUDA, D. E. P. Educação a distância no Brasil: políticas públicas e democratização do acesso ao ensino superior. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, julho-setembro 2015. 321-338. Disponivel em: <https://www.scielo.br/j/edur/a/L8pKJVB44tLnp5rTzNB3SvC/>.
BALDWIN, R.; BLACK, J. Really Responsive Regulation. The Modern Law Review, Oxford, 71, 2008. 59-94. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1033322.
BRAITHWAITE, J. To Punish or Persuade: Enforcement of Coal Mine Safety. Albany: State University of New York Press, 1985.
BRAITHWAITE, J.; AYRES, I. Responsive Regulation: Transcending the Deregulation Debate. Nova Iorque: Oxford University Press, 1992.
BRAITHWAIVE, J. The essence of responsive regulation. UBC Law Review, 44, 2011. 475-520. Disponível em: https://johnbraithwaite.com/wp-content/uploads/2016/03/essence_responsive_regulation.pdf.
CABRAL, R. D. C. A Política Regulatória da Educação Superior no Brasil: O desafio da expansão com garantia de qualidade, Brasília, 2021. Disponível em: http://www.rlbea.unb.br/jspui/bitstream/10482/41814/1/2021_RodolfodeCarvalhoCabral.pdf.
INSTITUTO SEMESP. Mapa do Ensino Superior no Brasil - 2024. 14ª. ed. São Paulo: Semesp, 2024.
MOORE, M.; KEARSLEY, G. Distance Education: a systems view. 2ª. ed. Belmont: Thomson Wadsworth, 2005.
NIKLASSON, L. Game-like Regulation of Universities: Will the New Regulatory Framework for Higher Education in Sweden Work? Higher Education, 32, n. 3, Outubro 1996. 267-282. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/3448072.
REUNI DIGITAL. Diagnóstico e desafios para a expansão da EaD no Brasil. Ministério da Educação e Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Brasília, v. 3, p. 94. 2022. (Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/reunidigital/pdf/REUNIDIGITALVol3_Diagnosticos_e_desafios_expansao_EaD_Brasil.pdf).
REUNI DIGITAL. Panorama da EaD no Brasil. Ministério da Educação e Centro de Gestão e Estudos. Brasília, v. 2, p. 186. 2022. (Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/reunidigital/pdf/REUNIDIGITALVol2_Panorama_EaD_Brasil.pdf).
SEIXAS, L. F. M.; SACCARO JUNIOR, N. L. Quem faz análise de impacto regulatório no Brasil? Uma avaliação da experiência federal. 1ª. ed. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024.
SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR - SINAES. Roteiro de Auto Avaliação Institucional: Orientações Gerais. Brasília: Inep - MEC, 2004. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_superior/roteiro_de_auto_avaliacao_institucional_2004.pdf
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Journal of Law and Regulation

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeter seu artigo à Revista de Direito, Estado e Telecomunicações, declaro aceitar a licença de publicação Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), disponível em http://creativecommons.org/licenses/by/4.0.
