Sobre as Emoções: António Damásio e a Crítica à Teoria James-Lange
DOI:
https://doi.org/10.26512/2358-82842019e29476Palavras-chave:
Emoções; William James; A. Damásio.Resumo
O objetivo deste artigo é apontar alguns possíveis descuidos de A. Damásio na crítica que dirige à teoria das emoções de William James. Sua crítica consiste em afirmar que a formulação jamesiana restringe as emoções ao nível das alterações somáticas. Para ele, James não dá a devida atenção ao processo de avaliação mental que provoca a emoção. Sendo assim, seu quadro teórico explica satisfatoriamente as emoções derivadas de representações dispositivas congênitas, mas é insuficiente quando se trata de representações dispositivas adquiridas. Neste artigo, defendo a tese de que a teoria das emoções de James dá conta da ocorrência de estados emocionais disparados por representações aprendidas. Com o intuito de defender essa tese, apresentarei a teoria das emoções de James em seus aspectos orgânico, cognitivo e social. Mostrarei que a crítica de António Damásio reduz a teoria jamesiana à abordagem que ele apresenta das emoções padrão, não levando em consideração o amplo desenvolvimento de sua teoria.
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