Quando a linguagem é imprescindível à sobrevivência:
Ó, de Nuno Ramos
DOI:
https://doi.org/10.1590/S2316-40182013000200016Resumen
Desenvolvendo tema tão privilegiado pela literatura quanto o da orgânica relação entre corpo e linguagem, o romance Ó, de Nuno Ramos, tangencia os limites entre escrita do corpo e escrita da morte a partir de uma crise da linguagem desencadeada pela degenerescência do corpo. A crise provoca um estranhamento entre subjetividade e corpo, identidade e linguagem que, em consequência, instaura uma escrita da deriva. A dimensão da deriva passa a ser encenada por meio da articulação entre a tradição literária e a fratura causada na linguagem pelo contato com o residual. Nesse movimento, a obra de Nuno Ramos abandona a noção tradicional de realismo e representação em nome da teatralização dessa mesma tradição e da própria escrita. Seguindo estes caminhos de reflexão, buscarei retratar os aspectos abordados pela obra de Nuno Ramos dentro de uma perspectiva da literatura brasileira contemporânea que ressignifica questões de fundo problematizadas pela tradição literária brasileira e por precursores da estética contemporânea, como Clarice Lispector.
Referencias
BATAILLE, Georges (1967). A parte maldita. Rio de Janeiro: Imago.
D’ANGELO, Biagio (2011). Ó, o lugar da negatividade. In: Novas leituras da ficção brasileira no século XXI. São Paulo: Mackenzie.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix (2003). Kafka. Para uma literatura menor. 1. ed. Lisboa: Assírio e Alvim.
DIAS, Ângela (2011). Nuno Ramos e suas torres de babel: o criador como tradutor. In: Tradução literária: a vertigem do próximo. 1. ed. Rio de Janeiro: Beco do Azougue.
KIFFER, Ana (2010). Entre o Ó e o “Tato”. Alea: Estudos Neolatinos, v. 12, n. 1, p. 34-46.
LISPECTOR, Clarice (1978). Água viva. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
________ (1979). A paixão segundo G.H. 6. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
RAMOS, Nuno. Ó. São Paulo: Iluminuras.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista concuerdan con los siguientes términos:
a) Los (los) autores (s) conservan los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de primera publicación, siendo el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia Creative Commons de Atribución-No Comercial 4.0, lo que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría del trabajo y publicación inicial en esta revista.
b) Los autores (a) tienen autorización para asumir contratos adicionales por separado, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (por ejemplo, publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y reconocimiento publicación inicial en esta revista.
c) Los autores tienen permiso y se les anima a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) después del proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (ver el efecto del acceso libre).
d) Los (as) autores (as) de los trabajos aprobados autorizan la revista a, después de la publicación, ceder su contenido para reproducción en indexadores de contenido, bibliotecas virtuales y similares.
e) Los (as) autores (as) asumen que los textos sometidos a la publicación son de su creación original, responsabilizándose enteramente por su contenido en caso de eventual impugnación por parte de terceros.