Inferno, de Patrícia Melo:
gênero e representação
Resumo
Tomando como suporte teórico os pressupostos do feminismo crítico, o presente artigo se propõe a analisar o modo de representação das relações de gênero no romance Inferno (2000), da escritora brasileira Patrícia Melo. Numa espécie de diálogo com as formulações de teóricas do feminismo contemporâneo, como Judith Butler e Elizabeth Badinter, a escritora põe em cena personagens femininas que se declaram e agem como mulheres-sujeito, tomando por superadas a objetificação e a outremização advindas da milenar opressão da mulher instaurada com o patriarcalismo. Nesse sentido, trata-se de um texto que assinala uma nova fase na tradição literária brasileira de autoria feminina no Brasil, já que a produção literária de mulheres que se desenvolveu entre nós no século XX é profundamente marcada por enredos que giram em torno relações de gênero, de tal modo que a mulher é sempre retratada como oprimida e vitimizada.
Referências
BADINTER, E. Rumo equivocado: o feminismo e alguns destinos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
DUARTE, Constância Lima. “Literatura e feminismo no Brasil: primeiros apontamentos”, em MOREIRA, Nadilza Martins de Barros (org.). Mulheres no mundo: etnia, marginalidade e diáspora. João Pessoa: Idéia, 2004.
MELO, Patrícia. Inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.