Poéticas periféricas e saraus: circuitos outros do literário em Salvador
Palavras-chave:
saraus; literatura; poesia; periferiaResumo
O objetivo deste artigo é analisar como a literatura brasileira contemporânea tem sido impactada pelas poéticas periféricas que emergem por meio dos saraus. Os saraus periféricos de Salvador trouxeram para o centro da cena literária espaços e sujeitos anteriormente marginalizados, que não eram vistos como protagonistas na literatura. A partir desse movimento, questões sobre o status do literário começaram a ser levantadas por escritores e críticos. Como essa inserção transformou a literatura contemporânea no século XXI? Nos últimos anos, a cidade tem vivenciado um fluxo criativo literário sem precedentes, impulsionado pela disseminação dos saraus nas periferias. Essas iniciativas culturais, surgidas da mobilização coletiva dos sujeitos periféricos, têm reconfigurado a literatura contemporânea soteropolitana desde os anos 2000. Espaços e vozes marginalizados ganham protagonismo, contribuindo para uma literatura brasileira mais plural, dinâmica e inclusiva. Os saraus, e posteriormente, os slams, trazem à tona novas formas de criação e apreciação poética, onde corpo, performance e o público tornam-se elementos essenciais. A presença do público, neste contexto, não é apenas acessória, mas funciona como um termômetro que influencia diretamente a criação do poeta, transformando a relação entre autor e obra. Para a elaboração deste artigo, optou-se por uma abordagem qualitativa, que possibilita um exame aprofundado da prática da poesia oral e de sua relevância no contexto da poesia periférica contemporânea. Além disso, a pesquisa será respaldada por uma revisão bibliográfica de autores como Garramuño (2014a), Tennina (2017) e Paz (2022), e complementada por uma pesquisa de caráter etnográfico. Adoto uma perspectiva etnográfica.
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