O girassol do entardecer: o recordar d’Os alegres peregrinos
Palavras-chave:
pôr do sol; recordar; paisagem; narradorResumo
O objetivo do artigo é demonstrar que as narrativas de Os alegres peregrinos: contos rurais passadistas (2022), obra bordada com fios ambivalentes da realidade e da imaginação, compõem uma estrutura orgânica na qual fica subentendida a intenção do erudito narrador de recordar as etapas do seu amadurecimento por meio das vivências das personagens, ao menos até o ponto em que consegue falar por ele mesmo ou mover-se até o seu plano mais íntimo. A imagem poética do pôr do sol, significada por Lévi-Strauss (1996), na obra Tristes trópicos (1935), é um detalhe paisagístico que ilumina o livro da autora desde a capa, conto a conto, dando sentido à mira do itinerante narrador-girassol, que, assentado em bases contemplativas constituídas dos elementos cósmicos, almeja alcançar o devaneio profundo capaz de fazê-lo autoconhecer-se e sentir-se parte de um todo. Nesse sentido, é significativo que o narrador parta da terceira pessoa para alcançar a primeira.
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