A insurreição da voz feminina em Ruína y leveza, de Julia Dantas
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40186601Palavras-chave:
feminismo; literatura; Julia DantasResumo
A nós, contemporâneos no início do século XXI, coube a tarefa de depurar mazelas sociais e históricas que produziram sociedades com desigualdades internas, seja em termos de representatividade ou de oportunidades e direitos. Nesse sentido, o presente estudo desenvolve reflexões sobre a relação entre gêneros, os estados de exploração e subalternidade presentes nesse âmbito e suas implicações coletivas e subjetivas. Para este fim, elegemos um corpo teórico heterogêneo em termos cronológicos, com autores já clássicos no assunto, como Judith Butler, e também pensadores com carreiras mais recentes, como Djamila Ribeiro. Ademais, utilizamos como corpus de análise o romance Ruína y leveza, publicado em 2015, da escritora Julia Dantas. Essa escolha se deu em função da instigante abordagem do tema e também por sua qualidade estética como objeto artístico. A protagonista da supracitada narrativa percorre caminhos geográficos, intelectuais e afetivos em busca de sanar seus conflitos pessoais. Entretanto, acaba por estabelecer contatos que despertam a consciência de que ela é apenas parte de um problema coletivo, e essa percepção afeta de forma definitiva as escolhas futuras para sua vida. O entrelaçamento analítico entre teoria (social, histórica...) e prática literária nos mostrou a produtividade da mescla entre exercício intelectual e fruição como ferramenta de resistência a um contexto de injustiça e opressão. Percebemos que, para a construção de uma sociedade mais humanizada e equilibrada, é necessário que todos, independentemente do gênero, sejam tomados como sujeitos de suas ações, com equidade de direitos e deveres.
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