A ultrapassagem das fronteiras:
hibridismo e universalismo na obra de Laura Erber
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018508Resumo
Este artigo analisa duas das obras literárias da escritora, artista visual e professora Laura Erber, explorando o convívio na sua escrita de algumas tendências caraterísticas da literatura brasileira pós-moderna, como o hibridismo genérico, os diálogos interartísticos, o protagonismo da dimensão metaficcional ou a atualização da escrita do eu e do tema literário da viagem. O trabalho parte, assim, da análise de Bénédicte vê o mar (2011), pequeno e poético romance gráfico ou, melhor, poemário gráfico, e Esquilos de Pavlov (2013), atípico “romance de artista”. Trata-se de duas obras dotadas de uma liberdade de tom admirável e de uma compreensão profunda dos desafios literários contemporâneos, postas ao serviço de um pensamento questionador em que se entrecruzam dois olhares: o da existência e o da criação artística. Nesse sentido, examina-se como o protagonismo da questão da crise da arte contemporânea ”“ na literatura, no cinema e nas artes plásticas ”“ permite à autora estabelecer um diálogo cultural que ultrapassa as fronteiras do nacional para situar-se num plano mais abrangente.
Referências
AGAMBEN, Giorgio (2009). O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: Argos.
AUGÉ, Marc (2014). Pour une anthropologie des mondes contemporains. Paris: Flammarion. (Coleção Champs essais).
BLANCHOT, Maurice (1999). La escritura del desastre. Caracas: Monte Ávila.
BLANCO, Juan Antonio (1999). Tercer milenio: una visión alternativa de la posmodernidad. Tafalla: Txalaparta.
BOLAÑO, Roberto (2007). Los detectives salvajes. 13 ed. Barcelona: Anagrama. (Coleção Compactos, n. 232).
BONAMI, Francesco (2009). Lo potevo fare anch’io: perché l’arte contemporanea è davvero arte. Milano: Mondadori. (Coleção Piccola Biblioteca Oscar Mondadori).
BONAMI, Francesco (2013). Mamma voglio fare l’artista!: istruzioni per evitare delusioni. Milano: Mondadori Electa.
BOSI, Alfredo (2002). Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras.
BOTTON, Alain de (2009). Uma semana no aeroporto: um diário de Heathrow. Alfragide: Dom Quixote.
COMPAGNON, Antoine (1979). La seconde main ou le travail de la citation. Paris: Seuil.
ERBER, Laura (2011). Bénédicte vê o mar. Jaraguá do Sul: Editora da Casa.
ERBER, Laura (2013). Esquilos de Pavlov. Rio de Janeiro: Alfaguara.
GINZBURG, Jaime (2012). O narrador na literatura brasileira contemporânea. Tintas. Quaderni di letterature iberiche e iberoamericane, Milano, n. 2, p. 199-221, nov.
GRENIER, Catherine (2004). Dépression et subversion: les racines de l’avant-garde. Paris: Centre Pompidou.
HUTCHEON, Linda (1984). Narcissistic narrative: the metafictional paradox. New York: Methuen.
JOUANNAIS, Jean-Ives (2009). Artistes sans oeuvres: I would prefer not to. Nouvelle édition augmentée d’une préface d’Enrique Vila-Matas. Paris: Gallimard.
LEMOS, Masé (2011). Experimentações literárias em formato digital. O Globo, Rio de Janeiro, caderno Prosa & verso, p. 3, 15 out.
MAMMÌ, Lorenzo (2012). O que resta: arte e crítica de arte. São Paulo: Companhia das Letras.
MONTAIGNE, Michel de (2009). Les essais. Edição de André Lanly. Paris: Gallimard.
PERRONE-MOISÉS, Leyla (2012). A literatura exigente. Folha de S. Paulo, São Paulo, caderno Ilustríssima, p. 4-5, 25 mar.
VILA-MATAS, Enrique (2015). Kassel no invita a la lógica. Barcelona: Seix Barral. (Coleção Booket, n. 2.641).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.