OS NOVOS DESAFIOS DAS POPULAÇÕES AGROEXTRATIVISTAS NA AMAZÔNIA DIANTE DA INSTALAÇÃO DA EMPRESA SUZANO PAPEL E CELULOSE NA REGIÃO TOCANTINA MARANHENSE
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562018e40119Palabras clave:
Amazônia Maranhense, empresas hegemônicas, monocultivos de eucalipto, populações agroextrativistasResumen
O presente texto pretende discutir os processos de resistência de populações agroextrativistas na microrregião de Imperatriz – MA, denominada de Região Tocantina Maranhense, notadamente, trabalhadores rurais e quebradeiras de coco, diante das estratégias empresariais em curso na região. Destaca-se, em especial, a ação da empresa Suzano Papel e Celulose, inaugurada em 2014, no município de Imperatriz (MA). A ação empreendida pela empresa indica que aumentará vertiginosamente a procura por matéria-prima derivada dos monocultivos de eucaliptos e a eliminação da vegetação original de cerrados e de fl oresta equatorial, com ameaças à permanência dos modos de vida das comunidades agroextrativistas locais. Observa-se que a instalação desse complexo agroindustrial vem produzindo importantes impactos ambientais e socioespaciais nas diversas comunidades agroextrativistas da região. Além disso, projeta-se também o acirramento dos confl itos agrários envolvendo, de um lado, a própria Suzano, as empresas do agronegócio, os madeireiros, os grileiros e as mineradoras e, de outro, as comunidades camponesas agroextrativistas, que possuem intensos usos dos espaços onde hoje expande a produção de monocultivos de espécies vegetais arbóreas não originárias do Brasil.
Referencias
ABRAF (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas). (2013). Anuário Estatístico - ABRAF 2013. Ano Base 2012. Brasília.
ABREU, J. Capistrano de. (1969). Capítulos de História Colonial (1500-1800). 5ª. ed. Rio de Janeiro: Livraria Briguet.
AB’SÁBER, Aziz. (2003). Os domínios de Natureza no Brasil: Potencialidades Paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial.
ALMEIDA, Alfredo Wagner B. (2012). Territórios e territorialidades específi cas na Amazônia: entre a “proteção”. In: versão impressa ISSN 0103-4979 Cad. CRH vol.25 no.64, pp. 63-71, Salvador, jan./abr.
ALVES, Vicente E. L. (2012) A presença das grandes empresas do agronegócio nos cerrados nordestinos: o caso da Bunge Alimentos no sul do Piauí. Boletim Campineiro de Geografi a, v. 2, pp. 241-261.
_____. (2014). Región Centro-Norte de Brasil: Dinámicas Territoriales Recientes en el Campo y en la Ciudad. Cuadernos de Geografìa, v. 23, pp. 47-60.
ARAÚJO, Helciane de F. Abreu. (2010). Memória, Mediação e Campesinato: As representações de uma liderança sobre as lutas camponesas da Pré-Amazônia Maranhense. Manaus: UEA Edições.
ASSELIN, Victor. (2009 [1982]). Grilagem, Corrupção e Violência em Terras do Carajás. Petrópolis: Vozes.
BECKER, B. K. (1982). Geopolítica da Amazônia: A Nova Fronteira de Recursos. Rio de Janeiro: Zahar.
_____. (2004). Amazônia: Geopolítica na Virada do III Milênio. Rio de Janeiro: Editora Garamond.
BRASIL, Serviço Florestal Brasileiro – (SFB). (2014). Boletim Informativo Extração Madeireira 2012. Sistema Nacional de Informações Florestais SNIF/Produção Florestal/Extração Madeireira – Boletim 1.
FERREIRA, Antônio J. de A. (2008). Políticas territoriais e a reorganização do espaço maranhense. Tese (Doutorado) – Departamento de Geografi a da Faculdade de Filosofi a, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. (2005). Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto.
_____. (org.). (2008). Os cerrados vistos por seus povos: o agroextrativismo no cerrado. Goiânia: CEDAC/PRAC.
HAESBAERT, Rogério. (2004). O mito da desterritorialização: “do fim dos territórios” à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
HÉBETTE, Jean. (2004). Cruzando Fronteira: 30 anos de estudo do campesinato na Amazônia. Vol. 1, Belém: Editora UFPA.
HISTÓRICO do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. (1996). Imperatriz/ MA: CENTRU.
IBÁ. Indústria Brasileira de Árvores. (2014). Dados & Fatos. Disponível em http:// www.bracelpa.org.br/web/pt/dados-fatos/, acesso em 15 de setembro de 2014.
LEAL, Victor Nunes. (1975). Coronelismo, Enxada e Voto. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense.
MARX, Karl. (1986 [1964]). Formações Econômicas Pré-Capitalistas. 6ª Edição. Editora Paz e Terras S/A. São Paulo.
MELO, Neli Aparecida de. (2006). Políticas Territoriais na Amazônia. São Paulo: Annablume.
NÓBREGA, Mariana Leal Conceição. (2015). Enfrentando a Sucuri Verde: Resistência Camponesa e o Território de Uso Comum – O Caso das Comunidades Agroextrativistas na Amazônia Maranhense. Dissertação de Mestrado. Unicamp: Campinas, São Paulo.
PROJETO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DA AMAZÔNIA. (2005a). Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos. Fascículo 3. Quebradeiras de coco babaçu de Imperatriz. São Luís.
______. (2005b). Série: Movimentos sociais, identidade coletiva e confl itos. Fascículo 6. Quebradeiras de coco babaçu de Imperatriz. São Luís.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. (2002). A Geografi a Agrária e as Transformações Territoriais Recentes no Campo Brasileiro. In: CARLOS, A. F. A. (org.). Novos Caminhos da Geografi a. São Paulo: Contexto, pp.63-110.
_____. (2005). BR-163 – Cuiabá-Santarém: Geopolítica, Grilagem, Violência e Mundialização. In: TORRES, Maurício (org.). Amazônia Revelada: Os Descaminhos ao Longo da BR-163. Brasília: CNPq, pp. 67-185. Texto encontrado para download em: http://centrodememoria.cnpq.br/amazonia%20revelada.pdf.
RIBEIRO JÚNIOR, José Arnaldo dos Santos. (2014). O desenvolvimento geográfi co desigual da Suzano papel e celulose no Maranhão. Dissertação de Mestrado, USP, São Paulo.
SANTOS, Milton. (1994). O Retorno do Território. In: SANTOS, M.; SOUZA, M.A.A. de & SILVEIRA, M.L. (orgs.). Território: globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec/ANPUR.
_____. (2003 [1979]). Economia espacial: críticas e alternativas. São Paulo: EDUSP.
_____. (2006). A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp.
SANTOS, M. & ANDRADE, M.P. (2009). Fronteiras: a expansão camponesa na pré Amazônia maranhense. São Luís: EDUFMA.
SUZANO PAPEL E CELULOSE. (2014). Suzano Papel e Celulose Inaugurou Fábrica em Imperatriz. Disponível em http://www.suzano.com.br/portal/suzano-papel-ecelulose/suzano-na-imprensa-detalhes-216.htm, acesso em 21 de março de 2014.
SUZANO PAPEL E CELULOSE. (2012). Relatório de sustentabilidade. Suzano Papel e Celulose.
THOMPSON, E. P. (1998.). Costumes em comum: estudo sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia da Letras.
VALVERDE, Orlando e FREITAS, Tácito. (1982). O problema fl orestal da Amazônia brasileira. 1ª ed. Petrópolis: Vozes.
VELHO, Otávio Guilherme. (2013). Frentes de expansão e estrutura agrária: estudo do processo de penetração numa área da Transamazônica. 3ª. Edição. Manaus: UEA Edições.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.