DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS NOTIFICAÇÕES DE AIDS EM MULHERES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO NOS PERÍODOS DE 1999-2001 E 2009-2011: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA DESIGUALDADE SOCIOESPACIAL

Autores

  • Alessandra Cristina Guedes Pellini Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo, São Paulo, Brasil, CEP 01246-904.
  • Juliana Higa Bellini Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo, São Paulo, Brasil, CEP 01246-904.
  • Roberta Figueiredo Cavalin Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo, São Paulo, Brasil, CEP 01246-904.
  • Francisco Chiaravalloti Neto Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo, São Paulo, Brasil, CEP 01246-904.
  • Dirce Maria Trevisan Zanetta Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo, São Paulo, Brasil, CEP 01246-904.

DOI:

https://doi.org/10.26512/2236-56562015e40065

Palavras-chave:

Aids em Mulheres, Análise Espacial, Exclusão/Inclusão Social

Resumo

No Brasil, desde 1980 até o ano de 2014, a Aids atingiu 757.042 indivíduos, com concentração nas regiões Sudeste e Sul, que somaram 75% dos casos do país. Desde 1989, a epidemia tem exibido características de feminização e pauperização, indicando a sobreposição de vulnerabilidades em mulheres, relativas à renda, escolaridade, violência e iniquidade de gênero. O objetivo do presente trabalho foi descrever e avaliar a distribuição espacial da Aids em mulheres com 13 anos ou mais de idade no município de São Paulo, segundo distritos administrativos de residência. As incidências da doença foram analisadas sob a ótica da exclusão/inclusão social e do analfabetismo em chefes de família mulher em dois períodos: 1999-2001 e 2009-2011. Os resultados obtidos denotaram a existência de uma correlação entre a incidência de Aids em mulheres e os dois indicadores analisados - a exclusão social (IEX-Composto) e o analfabetismo em mulheres chefes de família (IEX-Chefe de família mulher sem alfabetização) no segundo triênio (2009-2011). Esses achados indicam a necessidade de implementação de políticas públicas específicas para a prevenção e o tratamento do HIV/Aids em mulheres, com priorização daquelas que vivem em áreas geográficas com elevada iniquidade e exclusão social.

Referências

AYRES, J. R. de C. M.; CALAZANS, G. J.; SALETTI FILHO, H. C.; FRANÇAJUNIOR, I. (2006). Risco, vulnerabilidade e práticas de prevenção e promoção da saúde. In CAMPOS, G. W. de S.; MINAYO, M. C. de S.; AKERMAN, M.; DRUMOND JÚNIOR, M.; CARVALHO, Y. M. de. (org.). Tratado de Saúde Coletiva. Fiocruz, Rio de Janeiro: p. 375-418. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. (2009). Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e outras DST. In: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/plano_integrado_enfrentamento_ feminizacao_aids.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (2013a). Boletim Epidemiológico: AIDS e DST, v. 2, n. 1. In: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2013/55559/_p_ boletim_2013_internet_pdf_p__51315.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (2013b). Aids no Brasil. Portal sobre aids, doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais. In: http://www.aids.gov.br/pagina/ aids-no-brasil

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (2014). Boletim Epidemiológico: AIDS e DST, v. 3, n. 1. In: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2014/56677/ boletim_2014_final_pdf_15565.pdf

BRITO, A. M.; CASTILHO, E. A.; SZWARCWALD, C. L. (2001). AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v. 34, n. 2, p. 207-217.

CEInfo. Coordenação de Epidemiologia e Informação (2014). Mortalidade Infantil no Município de São Paulo: tendências recentes e desigualdades socioespaciais. Boletim CEInfo Análise, v. 9, n. 8. In: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ upload/saude/arquivos/publicacoes/Boletim_CEInfo_Analise_08.pdf

CEM. Centro de Estudos da Metrópole (2014). Base de Logradouros. In: http://www. fflch.usp.br/centrodametropole/

CLIFFORD, P.; RICHARDSON, S.; HÉMON, D. (1989). Assessing the Significance of the Correlation Between Two Spatial Processes. Biometrics, v. 45, n. 1, p. 123-134.

FARIAS, N.; CARDOSO, M. R. A. (2005). Mortalidade por Aids e indicadores sociais no Município de São Paulo, 1994 a 2002. Rev. Saúde Pública, v. 39, n. 2, p. 198-205.

FUNDAÇÃO SEADE. Sistema Estadual de Análise de Dados. (2011). Portal de Estatísticas do Estado de São Paulo. Projeções Populacionais. In: http://produtos. seade.gov.br/produtos/projpop/index.php

GOLLUB, E. L. (1999). Human rights is a US problem, too: the case of women and HIV. Am J Public Health, v. 89, n. 10, p. 1479-1482.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Sinopse do Censo Demográfico 2010. In: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index. php?uf=35&dados=0

IPG. Instituto Patrícia Galvão (2003). Mulheres com HIV/AIDS. Elementos para a construção de direitos e qualidade de vida. In: http://www.giv.org.br/ Publica%C3%A7%C3%B5es/Dossie-Mulheres-com-HIV-AIDS.pdf

KALICHMAN, A. O. (1994). Pauperização e banalização de uma epidemia. In: Seminário “A Epidemiologia Social da AIDS”, 1994, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS e Instituto de Medicina Social da UERJ, p. 20-26.

PRAÇA, N. de S.; GUALDA, D. M. R. (2001). Percepção de risco para HIV/AIDS de mulheres faveladas segundo o modelo de crença em saúde. Rev. Esc. Enf. USP, v. 35, n. 1, p. 54-59.

ROLNIK, R. (1999). Exclusão territorial e violência. São Paulo Perspec., v. 13, n. 4, p. 100-111.

SANTOS, R. M. dos. (2007). A problemática da exclusão/inclusão social dos portadores de HIV/AIDS no Brasil. INTERFACE, v. 4, n. 1, p. 99-115.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Saúde. Programa Municipal de DST/Aids (PMDST/Aids) e Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA) (2011). Boletim epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C do Município de São Paulo, v. 15, n. 14. In: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/ boletim-dst-aids_2011_final_1347888686.pdf

SPOSATI, A.; COELHO, G.; GAMBARDELLA, A.; VIEIRA, V.; MONTEIRO, A. M. V.; ANAZAWA, T. M.; RAMOS, F. R.; KOGA, D. U. (2010). Mapa da Exclusão/ Inclusão Social da Cidade de São Paulo III. São Paulo: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

SZWARCWALD, C. L.; BASTOS, F. I.; ESTEVES, M. A. P.; ANDRADE, C. L. T. (2000). A disseminação da epidemia da AIDS no Brasil, no período de 1987-1996: uma análise espacial. Cad Saude Publica, v. 16, n. 1, p. 7-19.

TAWIL, O.; VERSTER, A.; O’REILLY, K. R. (1995). Enabling approaches for HIV/ AIDS prevention: can we modify the environment and minimize the risk? AIDS, v. 9, n. 12, p. 1299-1306.

UNAIDS (2014). World Aids Day 2014 Report: Fact Sheet. In: http://www.unaids.org/ en/resources/campaigns/World-AIDS-Day-Report-2014/factsheet

Downloads

Publicado

01/21/2022

Como Citar

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS NOTIFICAÇÕES DE AIDS EM MULHERES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO NOS PERÍODOS DE 1999-2001 E 2009-2011: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA DESIGUALDADE SOCIOESPACIAL. (2022). Revista Espaço E Geografia, 18(2), 303:328. https://doi.org/10.26512/2236-56562015e40065