DINÂMICA ECONÔMICA, TENSÕES E CONFLITOS URBANOS E MOVIMENTOS SOCIAIS
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562011e39890Palavras-chave:
Produção do espaço urbano, conflitos, movimentos sociais urbanos, ação coletivaResumo
Entre os processos recorrentes da produção do espaço urbano estão tensões e disputas que envolvem interesses distintos e frequentemente antagônicos, resultando em resistências e conflitos. Entretanto, se os conflitos têm sido uma constante, a maneira como os grupos sociais os percebem e encaminham suas reivindicações tem se alterado. Uma primeira fase poderia ser associada à acumulação intensiva e sua expressão política, o Estado intervencionista e a organização sindical. Análises desse período esperavam que reações de grupos urbanos fossem capazes de não apenas originar mudanças na organização espacial, mas também provocar transformações na lógica social dominante. Uma segunda fase poderia ser identificada com a acumulação flexível e sua manifestação na esfera política, o Estado neoliberal e a contenção da influência sindical. Diante dessas mudanças, estudos passaram a reconhecer que as reações de grupos urbanos continham um potencial limitado, representando aglutinações de alcance relativamente estreito. Nas últimas décadas, as manifestações conflituosas parecem caracterizar-se menos como movimentos sociais organizados; e mais como formas de ação coletiva, limitadas a interesses de grupos específicos.
Referências
AMMANN, S. B. (1987) Excluídos sim. Invasores não. In PAVIANI, A. (Org.) . Urbanização e metropolização. A gestão dos conflitos em Brasília. Brasília: Editora Universidade de Brasília/CODEPLAN. Coleção Brasília. p. 107-123.
BAUMANN, Z. (2001). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 258 p.
CÂMARA, B. P. (2006). Insegurança pública e conflitos urbanos na cidade do Rio de Janeiro. 107 p. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) - Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro.
CASTELLS, M.; GODARD, F. (1974). Monopoville: l’entreprise, l’État, l’urbain. Paris; La Haye: Mouton, 496 p.
CASTELLS, M. (1999). O poder da identidade. (A era da informação: economia, sociedade e cultura). v. 2. São Paulo: Paz e Terra, 530 p.
CIDADE, L. C. (2003). Qualidade ambiental, imagem de cidade e práticas sócio-espaciais. In PAVIANI, A.; GOUVÊA, L. A. (Orgs.) Brasília: controvérsias ambientais. Brasília: Editora da Universidade de Brasília. (Coleção Brasília). p. 157-180.
CIDADE, L. C. (2006) Ideologia moderna, planejamento e imagem de cidade na produção do espaço de Brasília. In: COUTINHO M. DA SILVA, R. (Org.). A cidade pelo avesso: desafios do urbanismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Viana & Mosley Editora/ Editora PROURB. p. 71-92. (Coleção Arquitetura e Cidade).
CIDADE, L. C.; VARGAS, G. M.; JATOBÁ, S. U. (2008). Regime de acumulação e configuração do território no Brasil. Cadernos Metrópole, São Paulo, 20: 13-35.
CORREIO BRAZILIENSE (2011). quinta-feira, 29 de setembro, Caderno Cidades, p. 36.
CORREIO BRAZILIENSE (2011b). sexta-feira, 30 de setembro, Caderno Cidades, p.27.
GOHN, M. G. (2008). Abordagens teóricas no estudo dos novos movimentos sociais na América Latina. Caderno CRH, Salvador, 21 (54): 439-455.
HARVEY, D. (1991). The condition of postmodernity; an enquiry into the origins of cultural change. Cambridge, MA; Oxford, UK: Blackwell, 378 p.
HIRSCH, J. (2005). ¿Qué significa Estado? Reflexiones acerca de la teoría del Estado capitalista. Revista de Sociología e Política, 24: 165-175.
KOWARICK, L. (1987). Movimentos urbanos no Brasil contemporâneo: uma análise da literatura. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 3 (1): 38-50.
LACLAU, E. (1986). Os novos movimentos sociais e a pluralidade do social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2: 41-7.
LEFEBVRE. H. (1991). O direito à cidade. São Paulo: Moraes. 146 p.
PELUSO, M. L.; CIDADE, L. C. (2002). Urbs e civitas em Brasília: um diálogo impossível? Espaço e Geografia, 5(2): 191-222.
SOUZA, M. L. (2006). A prisão e a ágora. Reflexões em torno da democratização do planejamento e da gestão das cidades. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 632 p.
TOURAINE, A. (1989). Os novos conflitos sociais; para evitar mal-entendidos. Lua Nova, São Paulo, 17: 5-18.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.