Especulando narciso
fabulações digitais com a inteligência artificial sobre a branquitude
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i64.52441Palavras-chave:
fabulação crítica, Ficção, Colonialidade, branquitude, Inteligência artificialResumo
Inspirados na fabulação crítica de Saidiya Hartman, experimentamos a inteligência artificial para especular sobre branquitude, fazendo ver as violências implícitas no silêncio de seus arquivos. A partir da noção fanoniana de inconsciente coletivo sociogênico, argumentamos que as imagens geradas constituem uma entrada para o inconsciente social da branquitude e apostamos na especulação crítica para erigir contra-narrativas e deslocar o modo narcísico-ressentido que insiste como norma hegemônica em nossos ecossistemas narrativos.
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