O conceito de informação como conhecimento registrado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rici.v11.n1.2018.8432

Palavras-chave:

conceito de informação, conhecimento registrado, epistemologia social, pesquisa de Schrader, Teoria do Hilemorfismo de Aristóteles

Resumo

O termo ‘informação’ possui uma semântica diversificada na Ciência da Informação, e por esse motivo é complexo compreender que esta ciência recente não possui uma unanimidade de significado quanto à conceituação do seu próprio objeto de estudo que é a ‘informação’. Um levantamento bibliográfico sobre o assunto resulta em uma infinidade de resultados, alguns coerentes e outros desconexos, para a Ciência da Informação. É necessária uma reflexão mais aprofundada dos conceitos de informação que sejam coerentes para a Ciência da Informação. A Epistemologia Social fundamenta a questão de que, sendo a informação o conhecimento registrado, é, portanto, necessária uma disciplina científica que se dedique a entender como o conhecimento registrado é produzido pelo coletivo. A proposta é o de recomendar um conceito original de informação que seja relevante para a Ciência da Informação justificado pela Epistemologia de Popper, pela metafísica de Aristóteles e pela pesquisa de Schrader. A recomendação é a de que “Informação é o conhecimento registrado”.

Biografia do Autor

  • Mara Cristina Salles Correia, Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), Presidência da República (PR)

    Doutora em Ciência da Informação, pela Universidade de Brasília (2017), sob a supervisão do Professor Dr. Tarcisio Zandonade. Mestrado em Ciência da Informação, pela Universidade de Brasília (2010), com enfoque na referenciação bibliográfica, normalização, Programas Gerenciadores de Referências Bibliográficas e Zotero. Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, pela Faculdade de Educação, Universidade de Brasília (2014) atuando na temática da desigualdade de gênero referente à produção de conhecimento das mulheres. Graduação em Tecnologia em Processamento de Dados, Universidade Estadual de Goiás (2000).

  • Tarcisio Zandonade, Universidade de Brasília, Faculdade de Ciência da Informação

    Possui graduação como Bacharel em Filosofia, pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras (FDB), São João del Rei, MG (1960); graduação como Bacharel em Biblioteconomia, pela Universidade de Brasília (UnB) (1971); mestrado como Master of Arts in Library and Information Studies, pelo University College London, da Universidade de Londres (1977), sob a supervisão do Professor Douglas John Foskett, e doutorado em Ciência da Informação, pela Universidade de Brasília (UnB) (2003).

Referências

AMPÈRE, André-Marie. Essai sur la philosophie des sciences: or Exposition analytique d’une classification naturelle de toutes les connaissances humaines. Paris: Bachelier, 1834.

ARISTÓTELES. Metaphysics, II, 993b, 1-5. Tradução de W. D. Ross. 350 A.E.C. Disponível em: http://classics.mit.edu/Aristotle/metaphysics.2.ii.htm Acesso em: 18 fev. 2017.

BARRETO, Aldo de Albuquerque. A transferência da informação para o conhecimento. In: AQUINO, Mirian de Albuquerque (Org.). O campo da Ciência da Informação: gênese, conexões e especificidades. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2002. p. 49-60.

BATTLES, Matthews. A conturbada história das bibliotecas. Tradução de João Virgílio Gallerni Cuter. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.

BAWDEN, David. Smoother pebbles and the shoulders of giants: The developing foundations of information science. Journal of Information Science, v. 34, n. 4, p. 415-426, 2008. Disponível em: http://jis.sagepub.com/content/34/4/415. Acesso em: 07 fev. 2017.

BELKIN, Nicholas J.; ROBERTSON, Stephen E. Information science and the phenomena of information. Journal of the American Society for Information Science, v. 27, n. 4, p. 197-204, 1976.

BROOKES, Bertram Claude. The foundations of information science. Part I. Philosophical aspects. Journal of Information Science, v. 2, p. 125-133, 1980a.

BROOKES, Bertram Claude. The foundations of information science. Part II. Quantitative aspects: classes of things and the challenge of human individuality. Journal of Information Science, v. 2, p. 209-221, 1980b.

BROOKES, Bertram Claude. The foundations of information science. Part III. Quantitative Aspects: objective maps and subjective landscapes. Journal of Information Science, v. 2, p. 269-272, 1980c.

BROOKES, Bertram Claude. The foundations of information science. Part IV. Information science: the changing paradigm. Journal of Information Science. v. 3, p. 3-12, 1981.

BUCKLAND, Michael K. Information as thing. Journal of the American Society for Information Science (JASIS), v. 45, n. 5, p. 351-360, 1991.

CAPURRO, Rafael; HJØRLAND, Birger. The concept of information. Annual Review of Information Science and Technology, v. 37, n. 8, p. 343-411, 2003.

CHARDIN, Pierre Teilhard de. The phenomenon of man. New York: Harper & Row, 1975.

CORREIA, Mara Cristina Salles. A informação como o conhecimento registrado. 2017. 253 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

CORREIA, Mara Cristina Salles; ZANDONADE, Tarcisio. Information as recorded knowledge. Social Epistemology Review and Reply Collective, v. 4, n. 9, p. 13-39, 2015. Disponível em: http://wp.me/p1Bfg0-2hz. Acesso em: 15 jan. 2017.

DAMASIO, Antonio R. E o cérebro criou o homem. Tradução de Laura Teixeira Mota. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

DARWIN, Charles. On the origin of species by means of natural selection, on the preservation of favoured races in the struggle for life. London: John Murray, 1859. Reimpresso em 1959.

EGAN, Margaret Elizabeth. SHERA, Jesse Hauk. Prolegomena to Bibliographic Control. Journal of Cataloging and Classification, v. 5, n. 2, p. 17-19, 1949.

FARRADANE, Jason. Towards a true Information Science. The Information Scientist, v. 10, n. 3, p. 91-101, 1976.

FARRADANE, Jason. The nature of information. Journal of Information Science, v. 1, n. 1, p. 13-17, 1979.

FARRADANE, Jason. Knowledge, Information and Information Science. Journal of Information Science, v. 2, n. 2, p. 75-80, 1980.

FLORIDI, Luciano. Information: a very short introduction. Oxford: Oxford University Press, 2010.

FOGL, Jiri. Relation of the concepts ‘Information’ and ‘Knowledge’. International Forum for Information and Documentation, The Hague, v. 4, n. 1, p. 21-24, 1979.

FOSKETT, Dougles J. Progress in documentation: ‘Informatics’. Journal of Documentation, v. 26, n. 4, p. 340-369, 1970.

FULLER, Steve. The knowledge book key concepts in philosophy, science, and culture. Stocksfield England: Canada; Acumen: McGill-Queens University Press, 2007.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. The Philosophy of History. Tradução de J. Sibree. Ontario: Batoche, 2001. Disponível em: http://www.efm.bris.ac.uk/het/hegel/history.pdf. Acesso em: 10 fev. 2017.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Filosofia da História. Tradução de Hans Hardem e Maria Rodrigues. Brasília: Editora UNB, 2008.

HJØRLAND, Birger. Information: objective or subjective/situational? Journal of the American Society for Information Science and Technology, v. 58, n. 10, p. 1448-1456, 2007.

LE COADIC, Yves François. A Ciência da Informação. Tradução de Maria Yêda F. S. de Filgueiras Gomes. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2004.

MARCHIONINI, Gary. Information Concepts: from books to cyberspace identities. Chapel Hill: Morgan & Claypool, 2010.

MCGARRY, Kevin. O contexto dinâmico da informação: uma análise introdutória. Tradução Helena Vilar de Lemos. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

MIKHAILOV, Alexander Ivanovich; CHERNYI, Arkadii Ivanovich; GILYAREVSKII, Rudhzero Sergeevich. Informatics: its scope and methods. In: FID/RI - International Federation for Documentation - Study Committee Research on Theoretical Basis of Information. On theoretical problems of informatics. Moscou: ALL - Union for Scientific and Technical Information, 1969 (FID 435). p. 7-24.

MOOERS, Calvin Northrup. Zatocoding applied to mechanical organization of knowledge. American Documentation, v. 2, n. 1, p. 20”“32, 1951.

POPPER, Karl Raimund. Conhecimento Objetivo: uma abordagem revolucionária. Tradução de Milton Amado. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1975. Coleção Espírito do nosso tempo, v. 13.

POPPER, Karl Raimund. Three Worlds: the tanner lecture on human values. Michigan: University of Michigan, 1978. Disponível em: http://tannerlectures.utah.edu/_documents/a-to-z/p/popper80.pdf. Acesso em: 05 fev. 2017.

POPPER, Karl Raimund. Objective Knowledge: an evolutionary approach. Oxford: Clarendon Press; New York: Oxford University Press, 1979.

POPPER, Karl Raimund; ECCLES, John Carew. O Cérebro e o Pensamento. Tradução de Sílvio Meneses Garcia, Helena Cristina Fontenelle Arantes, Aurélio Osmar Cardoso de Oliveira. Campinas: Papirus; Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1992.

RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. As cinco leis da Biblioteconomia. Tradução de Tarcisio Zandonade. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.

ROBERTS, Alice. Evolution: The Human Story. London: Dorling Kindersley, 2011.

ROBERTSON, Stephen E. B.C. Brookes and Information Science education: a personal note. Journal of Information Science, v. 16, n. 1, p. 9-10, 1990.

ROPOLYI, László. Sign and information: form and content. In: International Society for Information Studies - IS4IS Summit Vienna 2015 - The information society at the crossroads: response and responsibility of the Sciences of Information, 2015, Vienna. Anais. Vienna: Vienna University of Technology, 2015. Disponível em: https://sciforum.net/conference/isis-summit-vienna-2015/paper/2807/download/pdf. Acesso em: 12 fev. 2016.

SCHRADER, Alvin Marvin. Toward a theory of library and information science. 1983. 1020p. Tese (Doutorado) - School of Library and Information Science - Indiana University, Indiana.

SHANNON, Claude Elwood; WEAVER, Warren. The Mathematical Theory of Communication. Urbana: University of Illinois Press, 1949. Reimpresso em 1998.

SHERA, Jesse Hauk. Social Epistemology, general semantics and librarianship. Wilson Library Bulletin, v. 35, n. 10, p. 767-770, 1961.

SHERA, Jesse Hauk. The propaedeutic of the new librarianship. In: SIMONTON, Wesley (Ed.). Information retrieval today. Minneapolis: Center for Continuation Study, University of Minnesota, 1962. p. 15-17.

SHERA, Jesse Hauk. The sociological relationships of information science. Journal of the American Society for Information Science, v. 22, n. 1, p. 76-80, 1971.

SHERA, Jesse Hauk. The Foundations of Education for Librarianship. New York: Wiley-Becker and Hayes, 1972.

SILVA, Armando Malheiro da; RIBEIRO, Fernanda. Das “ciências” documentais à ciência da informação: ensaio epistemológico para um novo modelo curricular. Porto: Edições Afrontamento, 2002.

WEAVER, David H. Framing should not supplant agenda-setting. Resposta para a coluna de Kosicki. Communication Theory & Methodology (CT&M), v. 27, n. 2, p. 3, 1998.

WELLER, Toni; HAIDER, Jutta. Where do we go from here? an opinion on the future of LIS as an academic discipline. ASLIB Proceedings, v. 59, n. 4-5, p. 475-482, 2007.

WERSIG, Gernot; NEVELING, Ulrich. The phenomena of interest to information science. Information Scientist, v. 9, n. 4, p. 127”“140, 1975.

WERSIG, Gernot. Information science: the study of postmodern knowledge usage. Information Processing & Management, v. 29, n. 2, p. 229-239, 1993.

WIENER, Norbert. Cybernetics: or control and communication in the animal and the machine. 2. ed. Cambridge: The M.I.T, 1948. Reimpresso em 1961.

ZANDONADE, T. Ler se aprende lendo. Brasília: Briquet de Lemos, 2015.

Downloads

Publicado

2018-02-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O conceito de informação como conhecimento registrado. (2018). Revista Ibero-Americana De Ciência Da Informação, 11(1), 83-102. https://doi.org/10.26512/rici.v11.n1.2018.8432

Artigos Semelhantes

11-20 de 583

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.